Grupo de Trabalho Árabe – 50ª
Reunião
Este nosso GT Árabe surgiu da
necessidade que alguns cidadãos sentiram de criar um espaço de
troca e de interlocução com o OUTRO, seu parceiro nas ideias e
ideais, e com as quais já vinham trabalhando na questão Árabe
Palestina desde dezembro de 2008.
O ano de 2009 foi intenso e com
inúmeras solicitações da imprensa para que as entidades, seus
representantes ou mesmo estudiosos e pesquisadores das questões
árabes e palestina que foram convidados a participar de debates na
TV e também entrevistados por jornais e revistas. Cada um de nós
sentia que precisava se preparar e estudar para dar conta da
responsabilidade de poder defender num espaço mais amplo, que é a
imprensa, uma questão de direito e altamente complexa como é a
questão árabe e palestina.
Muitos de nós já nos havíamos
mobilizado e já estudávamos isolados, quando, em dezembro de 2009
verbalizamos esta necessidade e convocamos a primeira reunião para
20 de janeiro de 2010, com um número modesto de participantes,
porém, todos selecionados e interessados em ler, escrever e debater
os temas urgentes da problemática árabe e do Oriente Médio em
geral. Ocupava também nossa atenção avaliar as ações
geoestratégicas do Oriente Médio e as conjunturas políticas
decorrentes destas macro ações políticas.
O ano de 2010 foi um ano de transição
política e o nosso grupo tinha como foco eleger Dilma Rousseff como
sucessora do presidente Lula, para poder garantir assim a
continuidade da política externa brasileira no que diz respeito ao
Oriente Médio.
Passamos
três anos concentrados, atentos, lendo, divulgando, estudando;
alguns escrevendo, outros respondendo a jornais, concedendo
entrevistas.
Alguns
de nossos membros hoje estão no exterior estudando e se
aperfeiçoando. Uma doutora pela Sorbone e outra mestranda na
Universidade de Bordeaux.
Tivemos
excelentes encontros com entidades coirmãs e que compartilham muitas
de nossas metas e objetivos, cito aqui, Fearab, Fepal, Cebrapaz,
BibliASPA, Instituto Jerusalém, Portal Arabesq; partidos políticos
como o PCdoB, PT, Pátria Livre, assim como partidos estrangeiros e
aliados como, o PC libanês, Partido Baath Árabe Socialista e PNSS.
Tivemos
uma participação ativa e construtiva na fundação do “Comitê
pelo Estado Palestina Já” em 28 de agosto de 2011 e na realização
do "Fórum Social Internacional Palestina Livre” ocorrido em
Porto Alegre entre os dias 28 de novembro e 1º de dezembro de 2012.
Acompanhamos sempre de perto as eleições libanesas, egípcias entre
outras. Debatemos e vimos estudando esse tema, os levantes dos povos
árabes em todo o Oriente Médio.
Mas,
a partir de 2011 cada vez mais o foco e a concentração de nossos
esforços vão em direção da Síria. A Síria laica, soberana e que
luta com dignidade pela integridade de seu território e pela
manutenção de suas instituições vem sendo atacada a partir do
exterior. Sofremos muito com a desinformação, mas graças à
diversidade do grupo e às inúmeras habilidades desenvolvidas com as
modernas tecnologias, vem a notícia real, e desmente o fato
noticiado feitos pelos órgãos de mídia e imprensa local no Brasil
que reproduzem apenas o que as agências controladas pelo
imperialismo escrevem e falam. Temos como membros de nosso Grupo de
Estudos e Pesquisa os que sabem ler árabe e os que leem em inglês e
francês. Buscamos também informações no twiter e em todas as
redes sociais. Enfim, usamos com muito rendimento o instrumento da
Internet.
O
grupo aprendeu a sobreviver no meio ao caos da desinformação.
Agradeço
ainda a presença, sempre atenta, nas reuniões do Dr. Ghassan Obeid
Mui digno Cônsul da República Árabe da Síria em São Paulo e
sempre nos tratou com amizade e carinho, bem como ao embaixador
Ibrahim Al Zeben, hoje decano dos embaixadores e com tão
brilhantismo representa o Estado da Palestina.
Membros
de nosso GT organizaram a 1ª Missão de Solidariedade ao Povo
Palestino, ocorrida entre os dias 10 e 20 de junho de 2012 e agora
entre os dias 11 e 22 de abril próximo, pretendemos enviar pelo
menos mais trinta pessoas na 2ª Missão de Solidariedade aos
Palestinos que o CEP organiza da qual membros do GT são figuras
centrais.
As linhas mestras que orientam o
foco e dão a diretriz ao GT Árabe:
1.
É um grupo de caráter laico – ainda que multireligioso –,
plural e progressista preocupado com o desenvolvimento, o progresso e
a prosperidade das populações árabes.
2.
Acreditam no ensino, na pesquisa, no treinamento para o trabalho e no
desenvolvimento do potencial humano como instrumentos que darão o
caráter afirmativo da vida dos cidadãos.
3.
Acreditam que a Cultura e Civilização Árabe que ajudou a construir
a Europa e a América teve seus direitos e domínios usurpados seja
pelo capitalismo desenfreado seja por um fundamentalismo tosco. O
trabalho deste grupo visa a retirar os escombros por sob a qual jaz
aniquilado o legado Árabe e reapresentá-lo como de direito para
Estudos Comparados e debates nas universidades e instituições de
pesquisa, torná-lo accessível a cada cidadão americano e árabe.
Enaltecemos o legado que essa civilização deixou para a humanidade
como um todo.
4.
Acreditamos que o papel do Americano Árabe no Cone Sul encontra
muita identificação e empatia na população local e assim podemos
aproximar mais ambas as mentalidades e culturas.
O
Futuro e os desafios que nos aguardam
Nosso
grupo pretende neste quarto ano começar a operacionalizar as suas
ideias, e avançar na criação de um “Centro
de Estudos, Pesquisas, Ensino e Geopolítica do Oriente Médio”.
Quero
deixar aqui meu testemunho da dificuldade em encontrar fontes de
financiamento para projetos desta envergadura. Quando falamos de um
Centro de Estudos e Pesquisas, sempre esbarramos em bolsas de
estudos, viagens, materiais de pesquisa. Queremos também esse
Centro, uma instituição laica, plural, democrática e progressista,
que defenda a ciência e a pesquisa.
Lançamos
a todos e todas este desafio da busca do financiamento para o nosso
Centro de Estudos, e de que podemos sim continuar a crer e trabalhar
por um mundo de paz e progresso, ao mesmo tempo em que pedimos apoio
dos presentes, neste nosso singelo evento. Agradecemos aos presentes
Muito
obrigado.
São
Paulo, 16 de janeiro 2013.
Drª
Claude Fahd Hajjar
Pela
Coordenação do GT Árabe
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