Publicado por Oriente Mídia
Claude Fahd Hajjar
O que surpreende em Genebra 2 é o
comportamento provocativo e infantil da comunidade internacional, ao
impedir o vôo da aeronave com a delegação síria sobre o espaço
aéreo dos países europeus.
A provocação é a arma dos fracos e
a intenção é do acirramento de conflitos, demonstrando assim o
jogo de cena que se pretende que seja Genebra 2. Esta provocação
mostra o quanto estão comprometidos para o fracasso desta reunião,
os países ”inimigos da Síria” e nesta atitude liderados pela
França cumpridora de ordens da Arábia Saudita e seus instrutores.
A abertura realizada em Montreux,
Suiça, com a presença de 39 países que compareceram para
contribuir com o diálogo para a construção da paz, e assistiram
as confrontações e provocações do representante americano John
Kerry e do presidente da Coalição de oposição Síria senhor Ahmed
Jarba ,assim como presenciaram os incongruentes e hilários discursos
do Catar e da Árabia Saudita.
Estes atores foram confrontados com o
belo e pertinente discurso do chefe da delegação síria para
Genebra 2, o Ministro do Exterior e dos Imigrados da Síria Senhor
Walid Al Muallem, um pronunciamento que vinha da alma do povo sírio
refletindo a realidade do sofrimento e privações que vem sendo
vividas pela população naquele país, em consequência dos três
anos de sanções econômicas e ataques terroristas de toda ordem,
que pretendem destruir a soberania do Estado Sírio, instigados,
financiados e treinados pelas mesmas potências que foram convidadas
à reunião de Genebra 2.
Enquanto a maioria dos 39 países
presentes evocavam: a beleza da Síria( Japão); a sua soberania e a
necessidade de um diálogo entre sírios (Brasil); a verdade e o
reconhecimento de ataque terroristas contra a população e
infraestrutura do país fronteiriço (Jordania), outros como o
americano insistiam na ingerência explícita nos assuntos internos
da Síria e destruição da sua soberania nacional, pedindo ainda a
destituição de seu presidente Baschar Al Assad, tema que voltou a
insistir em tom de “dono do mundo”, no encontro econômico de
Davos – Suiça.
O discurso do Senhor Ahmed Jarba, em
sotaque saudita, difícil de ser compreendido pela população na
Síria, provocou indignação dentro e fora do país. “ Este senhor
não nos representa” bradavam nas ruas a verdadeira oposição
síria, que apesar da insistência de seu governo, não fôra
convidada a Genebra 2.
Como pode a Síria dialogar em
Genebra sobre as questões internas da Síria na ausência de seus
verdadeiros interlocutores: a oposição interna Síria.
Porque não foi convidada a oposição
interna ideológica e política ?
Primeiro porque estes grupos já se
manifestaram como contrários à intervenção estrangeira e
apoiadores da soberania nacional.
Esta oposição, vive dentro da
síria, possuí questões objetivas, críticas pertinentes e
reinvindicações que estão sendo debatidas com o ministério da
reconstrução nacional .
A Coalição Nacional Síria, é a
oposição de sírios no exterior. Formada por cidadãos que têm
dívidas com o estado sírio, questões pessoais mal resolvidas,
muitos dos que saíram da Síria com bolsas de estudo paga pelo
governo e não retornaram; grupos de pessoas mal sucedidas dentro e
fora de seu país, que foram recolhidas, instruidas,e financiadas por
organismos americanos, europeus, sauditas, cataris,e acolhidos pelo
estado jordaniano e turco onde mantinham a sua sede e que permitiram
utilizar as suas fronteiras para o fornecimento de combatentes
estrangeiros de 83 nacionalidades diversas que entraram em território
sírio atraves das fronteiras da Turquia e da Jordania e do combalido
Iraque, a Al Qaeda, Jabhat al Nusra, e outros tantos outros ligados a
Al Qaeda e financiados tanto por catar quanto pela arábia Saudita.
Presidiu a Coalição da Oposição
Síria,o senhor Jarba que após o seu malfazejo discurso em Montreux,
saiu da presidência e deixou a Coligação acéfala, perdendo-se aí
um dia nas negociações em Genebra que se iniciaríam em 23 de
janeiro, e tiveram início em 24 com a delegação da Síria
presidida pelo Embaixador Permanente na ONU Baschar Al Jaafari,
responsável por conduzir o diálogo com os opositores.
Claude Fahd Hajjar
São Paulo, 25 de janeiro 2014
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